sexta-feira, 1 de outubro de 2010



A motosserra, ao lado da desfribadora de sisal e do trator agrícola, é uma das máquinas utilizadas na zona rural das mais perigosas.


Entretanto, são inegáveis os benefícios que ela representa devido ao seu alto rendimento operacional. Isso ficou demonstrado na construção da rodovia e colonização da Transamazônica, ou quando uma Concessionária de Energia tem de correr contra o tempo para desmatar a área a ser tomada pelo reservatório de uma hidrelétrica.

Os riscos na operação de uma motosserra estão associados, principalmente a:

Ferimentos com a lâmina;
Ruídos e vibrações;
Corte e queda da árvore;
A máquina é tão perigosa que mereceu um Anexo na Norma NR-12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS do Ministério do Trabalho.

Entre os Equipamentos de Proteção Individual - EPI recomendados para o operador de motosserras estão: capacete, óculos, protetor auricular (de concha), macacão, luvas e botas.
A máquina em si, por Norma, deverá possuir os seguintes dispositivos de segurança:



a) freio manual de corrente
b) pino pega corrente
c) protetor de mão direita
d) protetor de mão esquerda e
e) trava de segurança do acelerador.

Ainda segundo as Normas, todas as motosserras só deverão ser comercializadas com o relativo MANUAL DE INSTRUÇÕES, contendo informações relativas à segurança e à saúde do operador, especialmente:

a) riscos de segurança e saúde ocupacional;
b) especificações de ruído e vibração; e
c) penalidades e advertências.

Há que ser oferecido, também, um Treinamento Obrigatório para os Operadores de Motosserras, com carga horária mínima de 8 (oito) horas, com conteúdo programático relativo à utilização segura da motosserra, constante do Manual de Instruções.

Todos os modelos de motosserras (diz ainda a Norma) deverão conter, em local bem visível, a seguinte advertência:

O uso inadequado da motosserra pode provocar acidentes graves e danos à saúde.

Derrubada de Árvores com Motosserras
A motosserra é uma máquina muito perigosa e só deve ser operada por pessoas treinadas no seu uso. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra são provocados pela corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos fatais, por outro lado, em sua maioria, devem-se à queda de árvores, derrubadas sem a devida técnica.

1 - Checagem inicial
Nos serviços em que as motosserras são usadas intensamente (e mesmo nos casos esporádicos), deve-se examinar a máquina diariamente, para ter certeza de que ela está operando eficientemente.
Deve-se checar a tensão da correia, a lubrificação, ventoinha, etc., segundo as recomendações do Catálogo do Fabricante e os Manuais de Operação e Manutenção que acompanham o equipamento.

Cuidado ao abastecer, para evitar incêndio.

2 - Uso dos E.P.I.
Nos trabalhos com motosserra, torna-se necessário (e obrigatório) o uso de vários dos Equipamentos de Proteção Individuais, tais como:

capacete
protetor de ouvidos do tipo concha
óculos (de preferência viseira, como a da foto)
luvas de couro
macacão e
botas

3 - Técnica de Derrubada
Os procedimentos para a derrubada (ou o corte) de uma árvore variam muito, conforme ela esteja localizada na cidade ou no campo. No 1o. caso, o trabalho é feito, em geral, pelo Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura da cidade. No 2o., por funcionários de uma empresa reflorestadora ou mesmo pelo agricultor treinado, operando numa floresta nativa, por exemplo.
Na cidade, após a análise de vários aspectos (cujos principais são: a proximidade de fios energizados; de bens públicos ou particulares; e a segurança do operador e dos transeuntes), deve-se muitas vezes amarrar ou ancorar todos os galhos principais a serem cortados; fazer-se um nó adequado na corda para, após o corte, descê-lo como no caso de uma roldana até o chão, para só depois cortar-se o tronco da árvore.
Os pedaços ou toras, de 20 a 30 cm cada, também deverão ser amarrados e descidos até o solo, até que o tronco fique com uma altura de 1 a 1,5 m para então, cortarmos o que sobrou.
A partir daqui, tudo o que dissermos sobre corte e derrubada de árvores, estará referido à zona rural.

Praticamente todas as técnicas de corte da árvore em pé, consistem em proferirem-se 2 cortes ou talhos no tronco, com a motosserra. O primeiro consiste na retirada de uma cunha (num ângulo de 90 graus e a cerca de 1/4 a 1/3 do diâmetro), no lado onde se deseja que a árvore caia. O segundo corte é feito no lado oposto do tronco (cerca de 5 cm acima do corte em V inicial), provoca a queda da árvore.


Antes disso porém, convem conhecer algumas Regras Operacionais



3.1 - Aprenda a avaliar a árvore que vai ser abatida: observe o seu tamanho, diâmetro, estado, posição em relação às vizinhas, etc. Assim, por exemplo, se o seu diâmetro for cerca de duas vezes maior do que o tamanho da lâmina da motosserra, isto irá requerer uma técnica especial de corte.

3.2 - Antes do corte, há 12 itens a considerar:

Inclinação do tronco;
Distribuição da copa;
Limpeza em redor da árvore (área de trabalho);
Escolha da direção de tombamento;
Escola da rota para uma possível fuga;
Localização do companheiro de trabalho;
Posição do veículo ou de benfeitorias;
Presença de linhas de energia próximas;
Uso da técnica de corte apropriada;
A presença de áreas podres ou ocas no tronco;
Velocidade e direção do vento, e observar quaisquer objetos (frutos, galhos, etc.) que possam vir de cima.


3.3 - Observe a posição correta da mão esquerda durante o corte, tanto para fixar bem a motosserra, como para acionar com o dedo indicador, quando preciso, o mecanismo de segurança.

3.4 - O equilíbrio do operador é muito importante, para controlar a máquina e mantê-la segura com firmeza. Há o perigo de ricolchete e mesmo de tombamento do homem, devido ao peso da motosserra. Evite cortes acima do ombro.


3.5 - Deve-se sempre acelerar a máquina antes do corte.

3.6 - Se o operador é iniciante e não tem experiência, deve inicialmente treinar a derrubada de árvores pequenas, para aprender e praticar, antes de se aventurar a cortar as árvores de maior porte.

4 - Remoção do Tronco e Pilhas
Os riscos de acidente no uso da motosserra não param depois que a árvore é tombada e já se encontra no chão. Uma vez no chão, o tronco deve ser removido, ocasião em que a árvore será desgalhada. O tronco é, em geral, dividido em toras, que serão devidamente empilhadas ou transportadas.

As árvores caidas estão, em geral, sob tensão, dependendo do modo como esteja apoiada no chão. Via de regra o tronco fica submetido a duas forças de sentidos opostos: a tensão numa extremidade e a compressão na extremidade oposta.
Há, portanto, de avaliar previamente essas forças, ante de iniciar a divisão do tronco em toras, pois pode haver o perigo de quebra da lâmina




A foto acima mostra a técnica correta para fracionar o tronco caído. Observa-se que o tronco está apoiado sobre roletes formados com galhos de diâmetro pequeno e, assim, a extremidade do tronco está em balanço e, portanto, sob tensão, não havendo (no caso), perigo de quebra da lâmina da motosserra.

FONTE:
http://www.ufrrj.br

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