segunda-feira, 26 de abril de 2010

A escalada dos aventureiros


Adrenalina, diversão e segurança. É com essa filosofia que Alfredo Passos, 34 anos, trabalha como condutor de turismo de aventura. Atuando em atividade como mergulho e técnicas verticais, o bombeiro mostra que Brasília, em seus 50 anos, é cheia de adrenalina. E que o crescimento do turismo na capital do país tem garantido uma renda extra para quem sabe e gosta de desbravar o Cerrado, mesmo que seja atuando como freelancer. O trabalho nos fins de semana chega a render R$ 1.500 mensais.

O nome do cargo é condutor, porque, além de praticar o esporte, precisa dominar as técnicas que garantam a segurança dos amadores. No caso de Alfredo, o trabalho principal, no Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o ajudou a trabalhar com turismo de aventura, além dos cursos específicos feitos por conta própria. “Os cursos básicos para praticantes costuma ter um mês. Já o de condutor, um ano”, conta.

Mesmo não vivendo apenas da profissão, Alfredo conta que tem colegas que o fazem. “É preciso ter um nome conhecido e trabalhar bastante. Existe espaço para os melhores profissionais”, pondera. Segundo o bombeiro e diretor do Clube de Aventuras Calangos do Planalto, o DF ainda possui poucas empresas de turismo de aventura, mas a prática tem crescido bastantes nos hotéis-fazendas da cidade e do Entorno.

O Rancho Canabrava é um exemplo: área de lazer para os brasilienses e um bom lugar para conseguir um emprego de aventura. Entre as opções oferecidas estão arvorismo e trilha ecológica. O salário dos condutores varia de acordo com o movimento do local. Normalmente, a diária nos fins de semana é de R$ 60. “Dependendo do mês, o movimento é maior. Mesmo em baixas temporadas, o dinheiro que recebo é suficiente para as minhas necessidades”, conta o condutor Henrique Rick.

Parcerias
Outra opção para trabalhar na área é fazer parcerias com agências de turismo de aventura. É o caso de Cristiano Fortes. O instrutor de canionismo também é freelancer, mas não está vinculado a hotéis-fazendas. Dessa maneira, ganha em média R$ 50 por pessoa atendida e R$ 150 pela diária, quando está em parceria com agências. “Trabalhar com turismo em Brasília ainda é difícil. Além do mais, a demanda de trabalho é mais frequente nos fins de semana”, conta.

Agências como a Travessia Ecoturismo e a Itakamâ são algumas que trabalham com condutores da cidade. Para serem contratados, eles precisam ter experiência comprovada na área e conhecimento em primeiros socorros, além de características comportamentais, como ser comunicativo e organizado. “É preciso comer muita pedra até ficar apto para conduzir”, brinca Maurício Martins. O proprietário da Itakamã tem 10 anos de experiência na área e cinco condutores.

O quadro de funcionários é maior na Travessia Ecoturismo. São 16 condutores que cumprem contratos com prazos determinados. “Tudo depende da demanda de trabalho que temos”, explica o diretor Ion David Zarantonelli da Silva. Para garantir o bom desempenho nas atividades oferecidas na Chapada dos Veadeiros — a 300 quilômetros da capital —, a empresa procura fazer treinamentos e simulados com seus condutores. “O objetivo é atualizarmos constantemente a qualidade técnica do trabalho, aumentando, assim, a segurança das atividades. Eles precisam estar preparados para agir com rapidez e responsabilidade em casos de emergência ou mudanças de roteiro provocadas por alterações climáticas”, explica Ion.

Diversão calculada
Os esportes de aventura não têm um grau elevado de risco e de dificuldade. Por isso, são muito praticados por amadores que estão em busca de diversão. Escalada, arvorismo e canionismo são práticas comuns. Há também os esportes radicais, como o rally, que exigem dos praticantes uma preparação mais aprofundada.
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